Antunes Filho

Antunes Filho
Antigona

sábado, junho 4

QUEM SOU EU?

















MÁRCIO GUIMARÃES



Quem sou eu?
Sou irracional que para
Fazer o mal vivo.

Quem sou eu?
Sou serpente que rasteja
Entre os miseráveis.

Quem sou eu?
Sou vampiro da meia noite
Que suga o seu sono.

Quem sou eu?
Sou aquele que finge de amigo
E te apunhalo pelas costas.

Quem sou eu?
Sou o galho seco,
A fome, a sede...

Quem sou eu?
Sou o frio dos mendigos
E o calor do nordeste

Quem sou eu?
Sou à beira do abismo
E o prato raso sem comida.

Quem sou eu?
Sou aquele que promete
Mas não cumpre.

Quem sou eu?
Sou aquele que rasga o dinheiro
Mas não te ajuda.

Quem sou eu?
Sou aquele que ri
Quando você sai.

Quem sou eu?
Sou a voz que manda e você obedece
Em troca de comida.

Quem sou eu?
Sou corrupto...

Quem sou eu?
Sou ladrão...

Quem sou eu?
Sou político.

CORES QUE ESCONDEM





















MÁRCIO GUIMARÃES



O que esconde atrás das tintas?
Esboço, traços de alegria.
O que esconde atrás das cores?
Um arco-íris em preto e branco
Com texturas cinza.
Seu rosto tracejado,
Seu rosto colorido
Nos encantam.
Eterna criança vivida,
Que não cansa e trabalha
Em seu casulo escuro.


Depois de alegrar,
Depois de apresentar
Sua festa colorida.
Num camarim alegre,
Tira sua mascara pintada.
Surge o outro ser,
O ser desanimado.
Não suporta risos
Mas faz rir.
Guarda os sonhos
E as roupas coloridas.


Indo a edifícios negros
Num tempo nublado,
A lona caindo, o circo fechando,
Dia após dia,
Um novo martírio.
Pinta o rosto de risos,
Escondendo a solidão.
No picadeiro encena,
Aquilo que finge ter,
Alegria, risos...
Sem vontade de viver.



MÃOS


















MÁRCIO GUIMARÃES


Mãos sofridas, mãos sujas.
Não de sangue, mas de terra.
Mãos escravas, mãos vividas.


Num aceno, um adeus.
Enxuga as lágrimas,
Uma saudade de amar.


Liberdade, igualdade.
Sonhos na prisão,
Sujeira e solidão,
Marcas escritas
Com correntes
Em suas mãos.


Quebrem as correntes
Com mãos de alegria.
Mãos pintadas,
Mãos que fazem rir
E emocionam.
Mãos de palhaço.

ELEMENTOS DO AMOR
















MÁRCIO GUIMARÃES







Para quê o sol se eu não te tenho?


Ele nem aquece minha dor.


Para quê a chuva se eu não te tenho?


Ela não lava minha alma.


Para que o ar se eu não te tenho?


Nele nem posso voar.


Para quê viver nesse mundo, se eu não te tenho?


Ele é apenas imaginário, como um sonho ruim.






Com você nem precisaria do sol.


Você é minha luz.


Nem da chuva.


Você é minha fortaleza.


Nem do ar.


Por que você é tudo.


Nem do mundo, pois com você


Seria completo.